ESG e investimentos no mercado internacional são prioridade para mais de 60% dos executivos

Pesquisa realizada pela Câmara de Comércio Brasil-Canadá revela que 68% das empresas ouvidas implementaram na prática projetos de ESG e 66% pretendem aumentar seus investimentos no desenvolvimento do comércio internacional

Por Conexão Mineral 24/10/2023 - 22:33 hs
Foto: CCBC/Marcos Mesquita
ESG e investimentos no mercado internacional são prioridade para mais de 60% dos executivos
Summit Brasil-Canadá 2023 revelou que o ESG é prioridade

Pesquisa realizada pela Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC) durante o Summit Brasil-Canadá 2023 revelou que o ESG (Environmental, Social and Governance) saiu do papel e é uma realidade para 68% das empresas ouvidas. Para 41% do total de entrevistados, os projetos na área não apenas foram implementados como também já trouxeram os devidos retornos de investimento. Outros 27% disseram que os projetos estão em andamento, mas sem previsão de retorno no curto prazo. Mesmo não tendo ainda implementado projetos do tipo, 25% dos pesquisados reconhecem a importância do ESG e apenas 7% disseram que não possuir interesse em adotar essa pauta no momento.

Além do ESG e do desenvolvimento sustentável, diversos temas que afetam atualmente o dia a dia das empresas foram abordados durante o evento, entre eles as pesquisas em ciência e inovação (como o uso da Inteligência Artificial nos negócios), investimentos e diversidade, equidade e inclusão. A relevância do Acordo de Livre Comércio Canadá-Mercosul para o futuro dos negócios bilaterais também ganhou protagonismo, assim como a cooperação entre os dois países para os próximos 50 anos.

O tratado deve estimular a intensificação do comércio e dos investimentos. Hoje a presença de empresas brasileiras é importante no Canadá, com companhias como Vale, Gerdau e Marcopolo, bem como de canadenses no Brasil, como Brookfield.

“Em nossas estatísticas oficiais, já foram investidos 25 bilhões de dólares no Brasil, cerca de 100 bilhões de reais, mas esse número pode ser muito maior, já que essas estatísticas obedecem a estimativas contábeis específicas. Por isso estimamos que os investimentos já realizados possam chegar a 300 bilhões de reais, um volume muito significativo”, afirmou o embaixador canadense no Brasil, Emmanuel Kamarianakis. Ele assegurou o comprometimento do governo do Canadá com a retomada das negociações do acordo Canadá-Mercosul no futuro e elencou as parcerias já realizadas em diversas áreas, como pesquisa e desenvolvimento, inovação tecnológica, comércio e investimentos.

Investimentos e futuro

O interesse pelo incremento dos negócios também foi refletido na pesquisa: 66% dos ouvidos querem aumentar os investimentos para o desenvolvimento do comércio internacional, enquanto 27% pretendem manter o fluxo de investimentos e 7% esperam diminuir.

Ao lado da ampliação dos investimentos, a sondagem evidenciou a intenção de ampliar parcerias e a troca de experiências. Co-criação e trabalho colaborativo em pesquisa e desenvolvimento com governo e academia são realidade para 45% dos executivos ouvidos. Outros 21% deram início a projetos nessa linha e 25% disseram que ainda estão analisando como trabalhar dessa forma. Apenas 8% informaram que nunca pensaram na possibilidade.

A diplomata Irene Vida Gala, subchefe do escritório de representação do Itamaraty em São Paulo e presidente da associação de diplomatas brasileiras, destacou a qualidade das relações entre Brasil e Canadá e dos valores compartilhados. “O fato de termos duas nações com compromisso muito claro com o processo democrático não é pouco. Esse compromisso se estende para a agenda da sustentabilidade. Canadá e Brasil trabalham com setores como mineração, agricultura e ciência e tecnologia, e que colocam o Brasil em uma situação muito favorável para conversar em igualdade de condições com o Canadá, e um desses registros muito positivos é, sem dúvida, nossa capacidade na área agrícola”.

Quando questionadas sobre os principais desafios para uma boa gestão e engajamento de seus colaboradores, 34% executivos apontaram a retenção de talentos, seguida por baixa qualificação (26%), aplicabilidade da diversidade, equidade e inclusão (25%), equilíbrio entre trabalho virtual e presencial (15%).

A pesquisa foi respondida por cerca de 150 pessoas que acompanharam o Summit de forma presencial e online.